quarta-feira, 15 de julho de 2009

A NATUREZA EM ABISMO | Do Abismo Ao Aberto



Quinta-feira 16 JULHO 09 | FBAUL

17H . corredor 1º piso . Instalação
21H45 > 22H45 . cisterna . Performance

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Faculdade de Belas-Artes
da Universidade de Lisboa

Largo da Academia Nacional de Belas-Artes
1249-058 Lisboa | Portugal

segunda-feira, 13 de julho de 2009

como nunca recordar o que aconteceu [A OMISSÃO DO CENTRO]




como nunca recordar o que aconteceu

[A OMISSÃO DO CENTRO]

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17 JULHO 09 . 19 H

CCB . Centro Cultural de Belém

Praça do Império . Lisboa


um projecto de Ana Nobre e Luís Felício,

com a participação de Joana Tavares

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Uma imagem não tem um lugar, ela deriva de todos os lugares. Sem centro.

É a diáfora do sentido.

A imagem: a repetição de um lugar com outro lugar.

A substituição de uma ficção com outra ficção.

O que é que acontece quando (o) nada acontece?

Toda a imagem é a recordação do impossível: uma ficção, uma forma

de mostrar o sentido precisamente através da omissão do seu centro.

Toda a imagem significa dar o lugar às coisas, deslocá-las ou atravessá-las,

dar-lhes outros lugares.

Uma imagem: a possibilidade de pensar o impossível, de pensar o impensável:

toda a imagem é ao mesmo tempo tudo o que deve ser pensado e o que não

pode de facto ser pensado.

A imagem – ficção – como aquilo que não pode ser pensado, porque

é aquilo que permite o ter lugar do pensamento.

O ter lugar do lugar. O pensamento, a imagem, são distância do centro,

são a deslocação do sentido – a vida dos corpos.

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Na ausência do pensamento em acto e da própria acção é certo que algo

acontece. O corpo acontece.

Sabe-se que na ausência do (acto) pensamento como centro das determinações

o real continua a acontecer – exterior ao próprio pensamento o sentido continua

a ter lugar.

O pensamento é também só na condição da omissão do seu centro.

O centro é o que não se pode ver.

O pensamento, o acto, são uma imagem do mundo.

O pensamento só se processa na condição de estar ausente do seu próprio

centro, do seu próprio presente.

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Onde está o centro do sentido? Qual o centro de onde vem uma imagem?

Pensamento e imagem têm a mesma natureza. Dão-se só na condição

da sua ausência no mesmo momento em que acontecem.

Daí a sua ausência do momento presente, a sua não-presença, que paradoxalmente

é a única forma que ambos têm de conseguir aproximar-se do tempo

presente, desse aqui e agora que sempre nos escapa.

É por isto também uma performance sobre o Tempo, nomeadamente sobre

o que é o presente, o presente acontece?

É possível estar/ser consciente de uma vivência presente?

como nunca recordar o que aconteceu [A OMISSÃO DO CENTRO]