quarta-feira, 5 de novembro de 2008

au revoir

sim

«sejamos ávaros como o mar»


pelo caminho da «estreita lira»

desenhando janelas em torno
dos olhos

é a infância a despedir-se
das amoras

e do céu colhido todo junto

à raiz da flor da amendoeira


talvez um dia alguém te veja assim

não eu.

pertenço às amoras
e ao vento norte
polindo os olhos dos cegos

eurídice é um modo de dizer

todo o silêncio
que me pernoita nas mãos

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