quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

a ouvir a moonlight sonata (Wilhem Kempff)

no mais fundo centro da noite

é outono
o silêncio

o seu odor a mármore
justamente acabado de lapidar

alguém colocou um piano
no centro da água revolta

alguém é convulso
enquanto se exercita
na arte de nada ser

eu é uma palavra
que digo diante de um espelho

quando o poema é já
a veia agora toda calibrada
pelo som incircunscrito

"não é meia noite quem quer"


repete enfim a voz que já não não assiste
à eclosão da semente

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