sexta-feira, 3 de outubro de 2008

poema a-dor-niano (com as preciosidades do costume)

I
já não se pode escrever poemas
para alegrar a vindima dos homens (?)


que de olhos abertos já não se vê(em)

que é imprecisa toda a sombra (da rosa)
que a mão ama através
das dunas cercadas
pela luz do mar

II
já não se pode, diz-se
(nem escrever para se calar)
olhar de frente o silêncio
(nem calar-se para dizer)
e diz-se apenas

que é a tarefa dos homens
não saber não saber
compreender
aquilo que não pode ser
compreendido

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