quinta-feira, 11 de dezembro de 2008






como recordar o que nunca aconteceu

PANTEÃO NACIONAL . LISBOA
ANA NOBRE . LUÍS FELÍCIO
10 JAN 09 . 17H30 . Entrada Livre



Trata-se de uma performance criada e executada por Ana Nobre
e Luís Felício, para o espaço do Panteão Nacional, em Lisboa.
Realizar-se-á dia 10 de Janeiro de 2009, pelas 17H30.
Inserida no Ciclo Internacional de Performance-Arte, organizado
por Fernando Aguiar.


SINOPSE
Um verdadeiro acontecimento tem que ter também como fundamento
a possibilidade da sua impossibilidade: o seu desastre,
o seu presente absoluto e a sua perda irreparável para um sujeito.
A aceitação de que poderia não ter acontecido – para que aconteça.
Algo que nunca tenha acontecido não pertence nem à verdade nem à falsidade.
A memória regista apenas uma ínfima parte do que realmente
aconteceu, e guarda inevitavelmente essa parte como verdade
do todo.
Se se quer recordar algo que nunca tenha acontecido tem que se entrar
no território da fábula, tem que se ficcionar, tem que se
proceder à sua representação. É esse impossível – que nunca
aconteceu – que é toda a ficção absolutamente necessária à vivência do presente, já que não há como garantir uma forma de
consciência que possa possuir absolutamente toda a realidade
do vivido no presente. Protegemos o que acontece – o nosso vivido – com a sua repetição.
Tornamo-nos imagem para que possamos ter o nosso presente,
para que sejamos capazes de ter palavras.


MATERIAIS
Uma máquina de filmar digital mini-dv; uma máquina fotográfica digital; dois tripés;
um mapa da Grécia Antiga; o livro Hölderlin, Poemas, ed. Relógio D’Agua; uma carta do poeta Frederich Hölderlin para o seu amigo, o filósofo Georg Hegel, de 10 de Julho de 1794; a reprodução sonora da recitação de um poema de Hölderlin, Andenken, Recordação, por Bruno Ganz (manipulada); a estrutura do Albergue da Liberdade, de Pancho Guedes.

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