quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

poema cabalístico

I

o branco é a origem e o oculto


o guia é o castelo

o fogo em (p)rosa



II


o guia imprime a ordem ao análogo

o oculto deflagra

no vermelho trás a necessidade à mão

que costura as evidências

junto ao pulso

que retém o propósito

o branco é o oculto

o espelho


III

o espelho é o branco

o espelho da semente acesa

nos canaviais dos antípodas

o guia contém em si o coração

a semente das fontes

o aprumo das alturas



IV


e

branca

a mão é o coro das raízes e das paredes

estabelecendo

a integridade da fuga

(propondo) a legibilidade da metamorfose



V


o branco é o espelho e

a mão a prumo

no aprumo da maravilha

a maravilha

sob a penumbra (e a carne)

o branco é o vermelho

o florescimento do pulso entre os umbrais

das casas e os peitos das mulheres

uma árvore

um leito antigo

e na pele a legibilidade da pérola


VI


o branco concede

a perfeita simetria

infunde na semente o propósito da mão

o florescer da boca rente aos cântaros

a preciosidade e o encanto

da primavera que se retém na mão




VII


onde

o branco fermenta o vermelho e

decide o sangue e as marés

as árvores e os frutos

a criança e a penumbra

e as mães e os afectos terríveis


que assombram as casas


o branco decide os barcos e a rosa

por fim

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