o eu não é coisa de relações
é certo que os olhos
das hienas em redor do gelo
não ajudam ao movimento
do furor
o calor é sempre
coisa sem proposição,
como as rosas
há sempre quem queira o furto
(só) por desprazer
o odor da cinza que sempre agoniou
a célere vida das metáforas
eu nunca foi coisa de relações
o eu que ama a rosa sem
premissa
o silêncio que aquece o gelo
na concha das mãos
há sempre quem "persiga"
o odor do sangue
há sempre quem aja por mimésis
à falta de fruto
os pronomes não são pessoas
de relações, mesmo
que as hienas venham
extinguir
o furor e o perfume
(de pele e voz, as metáforas...)
eu nunca foi coisa de relações
que se deixasse ir sem música
como um anjo sem caminho
sem caminho só
os nomes e o silêncio
sem caminho só o fruto
do furto dos olhos
e sem caminho a água
fecundando o chão
coberto de dentes-de-leão
todo o caminho não é fruto de relações
e no fim e ao cabo, a mão sabe sempre
colher até o pó como fruto
e separar o joio do vento
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