quinta-feira, 5 de março de 2009

empirismo transcendental (como sempre... à falta de mlhor título...)

o eu não é coisa de relações


é certo que os olhos
das hienas em redor do gelo
não ajudam ao movimento
do furor

o calor é sempre
coisa sem proposição,
como as rosas

há sempre quem queira o furto
(só) por desprazer

o odor da cinza que sempre agoniou
a célere vida das metáforas

eu nunca foi coisa de relações

o eu que ama a rosa sem
premissa

o silêncio que aquece o gelo
na concha das mãos

há sempre quem "persiga"
o odor do sangue

há sempre quem aja por mimésis
à falta de fruto

os pronomes não são pessoas
de relações, mesmo

que as hienas venham
extinguir
o furor e o perfume

(de pele e voz, as metáforas...)

eu nunca foi coisa de relações
que se deixasse ir sem música
como um anjo sem caminho

sem caminho só
os nomes e o silêncio

sem caminho só o fruto
do furto dos olhos

e sem caminho a água
fecundando o chão
coberto de dentes-de-leão

todo o caminho não é fruto de relações

e no fim e ao cabo, a mão sabe sempre
colher até o pó como fruto
e separar o joio do vento

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