colho a flor (d)o enigma (d)a brancura
depuro a palavra o rosto
entregue à vertigem do chão
cinjo o som em torno da veia
cingida pelo movimento
sei que os olhos, que o sangue
sei que respiram
a prumo toda a vertigem do gosto
semeio depois a cegueira nas eiras solares
onde as mãos se entregam ao martírio
das sombras, e espero
com o céu sob o pé e as raízes do sangue
no ventre em flor
espero com a cal como irmã
(espero o mundo
sempre no centro do movimento),
o céu é sempre raso
em redor da córnea
da carne
aplainada
nos silos do verão
provo o lume, sinto o aroma
é meu o centro aceso da semente
semear depois: uma arte de perder
o rumo no centro das chamas
as mãos na vidência do espaço
desenham a penumbra
em torno da imortalidade da pele
o olhar como um lugar imóvel
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
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