segunda-feira, 4 de maio de 2009

o meu Finnegan's Wake privado, ou o procedimento número um para evitar o impossível

(eu) o se dos labirintos, da lira
da violeta
esticada através da carne arpejada das ilhas, se
a mulher se e(n)leva em vasos de parábolas
e é um começo redondo, e se
perde o corpo a recitar-se
às aves nas quedas, se
a criança tem mãos de vidro e passa
através dos objectos, e
um corpo se extingue
como uma boca sobre o branco, e é lívida:
a carne de água soprada da mulher, se
a brisa atravessando as horas
solares dos lírios te arrepia
a veia até à gengiva
do canto, se cantas com machados nas clareiras
nos meios dias, se és


um corpo a prumo no naufrágio esmaltado da mulher, se
um espelho é um arame que te atravessa
o corpo todo, se os seixos deliram
o lume do verbo, se


desaguas nesse amor pelos tornozelos, se
estancas o espectro sonoro do poema na aurora eninfada
do pulso, se és
uma cassiopeia, uma melopeia de espectros, mulher, (eu) se te percorro
as artérias todas com um sopro,

e morresse rente ao tímpano de barco ou espelho
desse deus, o derradeiro pôr-do-sol
dos lagos, se o se
não tivesse
(mais) se, e um corpo pudesse ser,
completo, e a quilha da veia não se prendesse ao vento dos espelhos no abismo, se

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