o poeta no duplo desvio da imagem
repetindo o gesto que confirma
a ausência do lugar
quando um corpo se desloca
deixa um rastro de cometa
inscrito no coração das imagens
para que se possa saber
que cada gesto inscreve o duplo
desvio
«a dupla infidelidade» do verbo
na carne
da mão
quando uma paisagem arde
sabe-se que é sempre próximo do coração
que esse fogo se ateia
e que é na voz que ganha fulgor
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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